Um homem acusado de homicídio e suspeito de praticar canibalismo foi julgado e condenado a 17 anos e sete meses de prisão, em Pires do Rio, no sul de Goiás. Celsimar Ferreira foi condenado por homicídio e ocultação de cadáver. Não foi comprovado que o homem comeu partes do corpo da vítima. Porém, ainda que houvesse a comprovação, o assassino não seria julgado pelo ato, pois a prática de canibalismo não é considerada crime pelo Código Penal Brasileiro. O advogado de defesa deve recorrer da sentença.
O crime aconteceu em janeiro de 2012, quando um homem de 32 anos foi morto asfixiado dentro de uma casa no mesmo município onde ocorreu o julgamento. Segundo a polícia, a vítima estava no local para utilizar drogas, na companhia do autor e outras duas pessoas. O corpo só foi encontrado duas semanas depois, em um córrego da cidade.
No julgamento, que durou quase toda a segunda-feira (30), o acusado confessou a autoria do assassinado, mas negou que tenha praticado atos de canibalismo. Segundo o réu, ele estaria sob o efeito de drogas e álcool no momento do crime. “Houve testemunhas que afirmam que eles ingeriram parte dos órgãos dele” disse José Neres, pai da vítima e policial aposentado.
O lavrador Marcos Rodrigues era um dos homens que estava na casa e também reforça a suspeita. “Eu encontrei o assassino já com o rosto sujo de sangue, o peito e a mão também sujos de sangue. E ele falando assim ‘eu falei que ia beber seu sangue’, mas eu não o vi fazendo isso”, contou Rodrigues.
Crime
A vítima, um homem de 32 anos, foi morta em janeiro de 2012. Ele estaria usando drogas em uma casa do município, na companhia do acusado e outros dois colegas. No dia seguinte, Celsimar jogou o corpo em um córrego, na periferia de Pires do Rio. Além de testemunhas, um laudo cadavérico do Instituto Médico Legal reforçou a suspeita, pois o coração, fígado e partes do pulmão haviam sido retirados.
A hipótese é de que os órgãos tenham sido usados em um ritual de magia negra. De acordo com o delegado que investigou o caso, Eduardo Eustáquio Rezende Miranda, três pessoas confirmaram que houve um ritual para comer as partes da vítima.
“Depois de matar a vítima introduzindo um saco plástico na cabeça, os suspeitos colocaram os órgão em um saquinho e foram até a casa de uma mulher conhecida como ‘Negona’, que fica no município. Todos assistiram à morte e rodavam a latinha de cerveja, utilizada como cachimbo, com o crack”, afirmou o delegado.
Ainda segundo ele, o motivo do crime pode ter sido vingança, já que a vítima furtou a casa da ex-mulher do assassino. O homem foi preso após denúncia informando que ele estava foragido em Lagoa Grande, em Minas Gerais. Ele já havia morado na cidade anteriormente e voltou após o crime cometido em Goiás. O acusado não resistiu à prisão.
Fonte: G1 Goiás